sábado, 22 de junho de 2019

O que você precisa saber antes de ir a Noronha?

Ir a Fernando de Noronha é um privilégio. Se você tem essa oportunidade, agradeça aos céus e entenda que você estará visitando um santuário da natureza.

Noronha vai muito além da famosa foto no Sancho (com o Morro Dois Irmãos ao fundo). O arquipélago é formado por 21 ilhas e ocupa uma área total de 26km2. A ilha principal (a que visitamos e é habitada) corresponde a um território de 17km2 . Sua população está estimada em cerca de 3.000 habitantes (entre nativos e pessoas que foram a trabalho para a região). O destino recebe, no máximo, 1000 visitantes por dia.



Em 1988, boa parte do território da ilha foi declarada Parque Nacional, visando a proteção e a preservação da fauna, da flora e dos recursos naturais lá existentes. O parque é administrado atualmente pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). Para acessar a área (que inclui a Praia do Sancho, a Baía dos Porcos, a Praia do Atalaia, a Baía do Sueste, a Praia do Leão e a Baía dos Golfinhos), é preciso pagar uma taxa de R$106,00 para brasileiros e R$212,00 para estrangeiros (preço de junho de 2019). Além disso, é preciso seguir uma série de regras e horários

Noronha não é aquele lugar onde você vai usar o "jeitinho brasileiro". Lá, há regras. É preciso entender que a preservação da natureza está acima de qualquer interesse individual. Assim, se você não conseguir um determinado agendamento, não adianta chorar. Há limites de visitantes.

Na ilha, a água é dessalinizada. Na pousada em que fiquei, o abastecimento é feito de 15 em 15 dias. Já a energia é gerada a diesel. Ou seja, quanto mais energia usamos, mais estamos
contribuindo com a poluição local.

Quanto a medidas de preservação, desde o final de 2018, foi proibido o uso de embalagens descartáveis, tais como sacolas, canudos e copos plásticos.

Em relação a transporte, há duas linhas de ônibus que cruzam a localidade. Uma indo no sentido "Sueste" e a outra no sentido "Porto". O ônibus demora bastante (de 30 a 40 minutos). Há ofertas de táxi, mas a tarifa mínima é de R$23,00.

O custo de vida em Noronha é realmente acima da média de qualquer outro lugar no Brasil. Quem mora na região, mesmo ganhando bem, gasta muito também.

Um aluguel de um quarto pequeno custa, em média, R$2.000 - de acordo com um morador local. Aliás, quem vive em Noronha costuma visitar o continente quando tem oportunidade. É comum bater um tédio (que eles chamam de Neuronha).

Noronha tem uma escola infantil e uma escola convencional. Lá, há também um posto de saúde. Partos só são realizados em Recife (os custos desse deslocamento são pagos pelo administrador da Ilha).

É comum encontrarmos casebres e o acúmulo de entulhos nas casas. Isso porque o custo para se comprar qualquer coisa é alto. Assim, guarda-se coisas antigas na esperança de elas servirem no futuro.

A ilha é ligada ao estado de Pernambuco, tem um fuso horário diferente (uma hora a mais que Brasília) e não tem prefeito. Ela é gerida por um administrador indicado pelo governo de Pernambuco. Inclusive, o dinheiro arrecadado com a taxa de preservação ambiental (TPA), teoricamente, deve ser destinado por esse administrador à realização de melhorias em Noronha.

Valores da TPA:



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